DOMINGO VI TEMPO COMUM ANO A

COMENTÁRIO|20170212


No evangelho do sexto Domingo do Tempo Comum, continuamos a ler o discurso programático de Jesus no início da sua missão. As multidões acorriam a ouvir os seus ensinamentos e a observar os seus milagres. Jesus parece não se iludir com as multidões e, com este discurso, quer deixar bem clara a personalidade do discípulo.

Jesus não esconde as exigências do Reino. Com uma linguagem clara e firme, vai desenhando o perfil do discípulo. Não basta mostrar entusiasmo com o que se ouve da boca do Mestre. A sua vida há-de corresponder aos novos critérios que Jesus anuncia.

Nesta passagem do evangelho de Mateus, Jesus começa por afirmar que não veio revogar a Lei ou os profetas, antes, veio completar a Lei. Jesus vem na sequência dum longo caminho de salvação iniciado pelos Patriarcas e que agora encontra o seu tempo de plenitude. Jesus vem na continuidade dos grandes gestos do Antigo Testamento aos quais é fiel. No entanto, vem pronunciar uma palavra nova, inesperada, com a qual se realizam os sinais definitivos do Reino do amor e da paz.

Neste sentido, Jesus apresenta-se como quem tem autoridade. Aos discípulos, exige que a sua justiça seja maior do que a dos fariseus e dos escribas que exigiam aos outros fardos pesados, mas o seu coração era perverso. Os escribas e os fariseus conheciam bem a Lei, ensinavam-na e exigiam o seu cumprimento. Aos seus discípulos, Jesus espera que vivam o mistério do seu amor sempre presente no seu anúncio.

Ao mesmo tempo, Jesus assume uma autoridade inaudita: “ouvistes o que foi dito aos antigos...porém eu digo-vos”. Esta descontinuidade face ao Antigo Testamento, reafirma a novidade da Pessoa de Jesus e as palavras novas que profere. Jesus tem uma Palavra nova a dizer que deverá ser posta em práctica por aqueles que o querem seguir. Essa Palavra é libertadora, não opressora; é fraterna, não individualista; deixa-se conduzir pela via do amor e não do egoísmo.

A coerência de vida é um critério sobre o qual Jesus insiste e que não passa despercebido nesta catequese de Jesus. Os que O seguem terão de ser homens de palavra, a sua linguagem deverá ser Sim, Sim e Não, Não.

Poderemos ficar com a sensação de que ser discípulo de Jesus Cristo é uma tarefa árdua e que não está ao alcance de todos. Nada de mais enganador. Quem segue os caminhos de Cristo e pauta a sua vida pelos caminhos da verdade, encontra a luz e o sentido da sua vida. Em contrapartida, quem segue o seu comodismo e só dá espaço ao seu individualismo, não serve para ser discípulo do Mestre d Galileia.


O Senhor nos dê a graça de descobrirmos a beleza da proposta que nos faz no seu evangelho. As exigências da fé conduzem à plenitude e à salvação.


P. Mário

Sem comentários:

Enviar um comentário