DOMINGO DA EPIFANIA TEMPO DO NATAL ANO A

COMENTÁRIO|20160108



O tempo litúrgico do Natal reveste-se duma grande riqueza celebrativa. Para além do nascimento de Jesus, a Igreja celebra o dia da Sagrada Família, a solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, o Santo Nome de Jesus, a Epifania, os mártires inocentes, o Baptismo do Senhor. Esta sucessão de festas litúrgicas pretende revelar a beleza da encarnação do Verbo e do mistério da nossa redenção.

No próximo Domingo, a Igreja celebra a solenidade da Epifania, popularmente conhecida como dia de Reis. Tradicionalmente, este dia era celebrado de maneira fixa no dia 6 de Janeiro, mas por conveniência litúrgica, passou a celebrar-se no Domingo mais próximo tendo em vista a valorização do dia, acontecendo em dia de Domingo.

O texto do evangelho de Mateus tem como protagonistas os Magos vindos do Oriente e o rei Herodes que governava a Judeia. Perante o mesmo anúncio, os Magos e Herodes reagem de modo muito diferente. As suas atitudes podem ajudar-nos a reflectir. Os Magos, ao verem os sinais no horizonte que anunciavam o nascimento do Messias, exultaram de alegria e puseram-se a caminho para o adorar. Herodes, por sua vez, quando lhe anunciaram os mesmos sinais, ficou perturbado, encheu-se de pavor e maquinou matar o Menino anunciado.

Quando saíram do palácio de Herodes, a estrela conduziu os Magos e parou em Belém indicando o lugar onde Jesus tinha nascido. Os Magos recuperaram a alegria e foram adorar o Menino oferecendo-lhe os seus presentes: ouro, incenso e mirra.

Os Magos são personagens enigmáticos. Não sabemos o seu nome, a sua origem, a sua língua, o seu país. De certo modo, representam todos os reis e todos os povos da terra que são chamados a adorar o Salvador. A palavra epifania que dá o nome à festa litúrgica do próximo Domingo quer dizer manifestação. Jesus manifesta-se a todos os povos da terra na figura dos Magos. Não só ao povo de Israel, eleito na Aliança de Abraão e de Moisés, mas a todos os povos da terra. Quando concluiu a Aliança com Abraão, O Senhor anunciou: “Por ti, todas as nações da terra serão abençoadas”. É a realização desta profecia que é celebrada na solenidade da epifania do próximo Domingo.

Para além do seu colorido e da riqueza das suas tradições, a mensagem deste dia é de grande actualidade: Qual a nossa atitude diante do anúncio do nascimento de Jesus? É semelhante à de Herodes que quis aniquilar o Menino ou semelhante à dos Magos que o adoraram? É de indiferença ou de compromisso? Leva-nos a celebrar as festas de modo consumista ou à alegria dos Magos quando viram a estrela?

Hoje, o nascimento de Jesus como Salvador continua a ser anunciado. Continuam a brilhar estrelas a dizer: Jesus nasceu! Continuam homens e mulheres a fazer resplandecer de luz a nossa história com o seu testemunho, com o seu compromisso, com o seu martírio. Muitos apressam-se a querer emudecer a voz da Igreja e a aniquilar a sua presença no coração da história. Tal como outrora, o importante é que caminhemos em direcção à luz, nos deixemos tocar por aqueles que têm a coragem de se colocar a caminhar até onde for.  

Que em cada um de nós haja esta vontade: Seguir os sinais de Jesus até onde a vida nos levar. Mesmo que a estrela deixe de brilhar por instantes, se formos persistentes, ela recuperará o seu brilho para nos fazer reencontrar a alegria. Sem receios, vamos adorar o Menino oferecendo-lhe o tesouro da nossa vida.

P. Mário






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