Que cegueira

Que cegueira, Senhor, me invadiu para te rejeitar assim?
Como pude rejeitar a Pedra do ângulo
Que me sustentaria em meus pesos e tribulações
Escolhendo outras pedras mais luzidias mas enganosas
Que ergueram muros em vez do abraço redentor
Que só Tu me podes dar!
Só Tu me curas das minhas enfermidades
Só Tu me redimes nas minhas noites:
Vem, Senhor, Luz que ilumina os meus passos
Para que caminhe na Tua presença!

Quero ser ovelha do Teu rebanho
Nos prados verdejantes do Teu amor
Sob o Teu olhar atento porque és o meu Senhor
Sempre pronto a dar a vida
E no Teu coração misericordioso e compassivo
Encontrar o meu refúgio e a minha guarida;

E um dia, purificado no Teu Sangue
Quero deixar-me fundir na Verdade essencial
Que já derramas em nossos corações
E nos fazes filhos porque és Filho
Para sermos, então, só Amor puro;
Hoje já Te revelas nas nossas estradas
Que percorremos como peregrinos
Mas amanhã, ressuscitados,
Cantaremos o grande hino da gratidão
Das criaturas regressadas à casa do Pai
Para o grande banquete da redenção.

Todos em Ti, por Ti e contigo!
Tão inesperado mistério já nos inebria:
Obrigado, Senhor, porque és hoje
Para que eu também seja um dia!


P. Mário Tavares
oração para o IV Domingo de Páscoa (do Bom Pastor), ano B

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