Trincheiras

Entre os espinhos que sufocam
Mil esforços desmedidos;
Entre as trincheiras que escondem
Covardias e egoísmos;
Entre os estilhaços que atingem
Olhares incrédulos de terror,
Uma palavra foi dita e no silêncio ecoou:
“- Deus é Amor!”

Entre o alarido das vozes que gritam
Desconfianças, medos e chacinas;
Entre a crueldade dos sonhos que anunciam
Pesadelos, torturas e vinganças;
Entre as memórias amordaçadas
Que imploram libertação na dor
Uma palavra foi dita e no silêncio ecoou:
“- Deus é Amor!”

Jamais o coração contemplou
Uma verdade tão luminosa e fulgurante
Em sua beleza essencial:
“-Deus é Amor”
Lança fora o temor
E livra-nos de todo o mal!

Pode a ciência agitar-se
Em sua frenética busca da Verdade;
Pode a filosofia adentrar-se
Nas profundidades insondáveis do Ser!
Jamais alguém dirá Verdade tão sublime
Como João, discípulo do Senhor:
“- Deus é Amor!”

Dá-me, Senhor, a vontade de acolher
A nova profecia que brota dos teus lábios
E que revelas nas tardes quentes da Galileia.
Sabedoria que ultrapassa o saber dos sábios
Rasga horizontes e a paz semeia.

Quero abraçar o teu anúncio
Que ecoa novo na alma
Quero ser discípulo e jamais desertor
Subir ao monte da esperança
E dizer a todos: “- Deus é Amor!”


P. Mário Tavares
oração para o VI Domingo de Páscoa, ano B

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