Êxodo de peregrino

Senhor, quantas maravilhas realizadas
Em minha pobre vida inquieta
Desde que pronunciaste o meu nome!
Quantos prodígios e sinais emolduraram
O meu êxodo de peregrino persistente!
Celebraste comigo uma Aliança de amor
Imprimiste a tua Lei no meu coração
E como Te conheço ainda tão pouco
Mesmo se a tua mão que me tira do cativeiro
Onde caio a cada passo
Evadindo-me, cruelmente, do Teu regaço!

Porquê esta rebeldia e ingratidão?
Porque não aprendo em meu sofrimento
A obediência de filho e a confiança de discípulo?
E como me desconcertas, Senhor
Quando respondes com o teu amor
Ao meu caminhar rebelde e inseguro!

Olho-Te na Cruz e revejo-me
Nessa história de condenação infame!
Volto o rosto porque me reconheço
Na história que assumes e que me denuncia;
Suspenso entre a terra e o Céu
O teu olhar nova Aliança já anuncia.

É esse olhar que me atrai, Senhor
E que hoje busco, mais uma vez, suplicante
Para que recupere a tua graça
E só o Teu nome a minha alma cante!


P. Mário Tavares
oração para o V Domingo da Quaresma, ano B

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