No próximo Domingo, a Igreja
celebra o Domingo de Ramos. Com esta sagrada liturgia, dá-se início à Semana Santa. No Evangelho faz-se a leitura completa da Paixão de
Jesus segundo São Mateus. Neste
Domingo, todos somos convidados a trazer ramos de alecrim e rosmaninho ou
palmas festivas para evocar a alegria dos habitantes de Jerusalém quando
souberam que Jesus vinha celebrar a Páscoa. A deles e a nossa.
O nome de Jesus tornara-se
conhecido mesmo em toda a Judeia, pelos sinais e pelas palavras que o mestre da
Galileia anunciava. Todo o povo acorria em massa para escutar Jesus e agora, ao
saberem que Jesus vinha a Jerusalém celebrar a Páscoa, manifestaram a sua
grande alegria, vindo ao seu encontro com ramos de oliveira e palmas,
aclamando-O como “Aquele que vem em nome do Senhor”.
A vinda de Jesus não deixou
ninguém indiferente: Houve uma grande agitação na cidade, e foram muitos os que
vieram para acolher o Senhor. Antes de mais, havemos de colher dos judeus este
gesto de entusiasmo. A verdade, porém, é que o mundo nos torna cada vez mais
insensíveis à passagem do Senhor. A Páscoa deverá começar por esta atitude
decidida de ir ter com Jesus. Se outrora veio a Jerusalém para celebrar a
Páscoa, hoje vem ao nosso coração porque quer celebrá-la connosco.
Corremos o risco de estarmos tão
absortos com as coisas do quotidiano que nem damos conta da Páscoa de Jesus.
Jesus vem visitar-nos e encontra-nos na nossa história concreta, nos nossos
dramas e entusiasmos. Ao passar, Jesus inunda-nos com a sua dor e convida-nos à
paz que só da sua vida pode brotar.
Celebrar a Páscoa é, antes de
mais acolher com entusiasmo, Jesus que passa com vontade de dar a vida por
nós. A palavra Páscoa quer dizer
passagem e, de novo, Jesus passa pela nossa vida. O pior que nos poderia
acontecer seria ficarmos insensíveis aos grandes gestos de Jesus. Hoje, somos
chamados a não ficar de fora, mas sim a mergulhar nos mistérios da Misericórdia
do nossos Deus.
O mundo de hoje tem necessidade
de Páscoa. Sem o horizonte da fé, a humanidade ficaria presa aos seus egoísmos,
à cultura dos interesses individuais, e o seu futuro ficaria irremediavelmente,
comprometido. Na Cruz de Jesus, descobrimos a dimensão do seu grande amor por
nós.
Volta a ser urgente passar da
morte à vida, fazendo da história dos povos, um território de esperança onde o
amor é a sua grande Lei. As apreensões, o desânimo latente e ausência dos
grandes ideais que o mundo fermenta nos poderes dos egoísmos, fazem-nos
descobrir que a Páscoa é uma urgência para nos resgatar das correntes que nos
aprisionam e fazer, de novo, ecoar a libertação.
Precisamos de Páscoa. Que nada
nem ninguém nos roube o entusiasmo de acolher Jesus. Só Ele é um Salvador que
não ilude e nos renova na esperança.
Ao escutarmos a leitura completa
da Paixão, deixemo-nos tocar pela graça dessa escuta erguendo ramos floridos,
entusiasmados e contagiados pelo Amor que nos redime.
P. Mário
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