DOMINGO I TEMPO DA QUARESMA ANO C

  

O evangelho do primeiro Domingo da Quaresma relata o episódio das tentações de Jesus. O mestre retira-se das margens do Jordão, zona aprazível e de belas paisagens, para se retirar para o deserto. Buscava o segredo do seu coração. Aí foi tentado nas razões mais profundas da sua missão. De lá voltou resplandecente, a anunciar o reino da Salvação.

As tentações de Jesus referem-se a três aspectos: A tentação das coisas materiais, do poder e da segurança das coisas religiosas. Deste episódio poderemos tirar grandes ensinamentos para a nossa vida.

Diante deste texto, facilmente, cairemos numa outra tentação: A de pensar que este texto é para os noutros. Por exemplo, é fácil aplicá-lo às notícias sobre as corrupções que vão minando o nosso viver social. Todos os dias nos chegam notícias de ganâncias desmedidas e de gente sem escrúpulos que não olham a meios para alcançar fortunas. Ou de gente que não olha a meios para chegar ao poder, utilizando-o depois para os seus fins. Ou de gente que usa a religião para as suas falsas seguranças e desvarios, denegrindo os caminhos da fé. Podemos cair no risco de acharmos que estas tentações se referem a esse tipo de situações. Nada de mais enganador!

Este texto de Lucas é dirigido a cada um de nós e não nos faltarão situações em que o podemos aplicar à nossa vida.

Quantas vezes fazemos da inquietação pelos bens materiais, a grande inquietação da nossa vida? Tudo sacrificamos para amealhar e, assim, termos mais coisas. Nem nos damos conta da indiferença para com os outros a começar pela nossa família. Transformamos o trabalho no nosso Deus e esquecemos que os outros estão ao nosso lado. É a primeira tentação.

Quantas vezes exigimos que seja a nossa palavra a sobrepor-se a tudo e a todos! Tudo há-de ser como nós queremos porque temos sempre razão. Se for necessário, não olhamos a meios para espezinhar o outro, usar de subornos ou outros meios ilícitos para alcançar os meus fins. Mesmo nas relações familiares, isto pode acontecer. É a segunda tentação.

Quantas vezes nos refugiamos na religião e nos seus preceitos para a paziguarmos a nossa consciência, mas desprezamos o irmão e maltratamos os que de nós se aproximam! Dizemos que amamos muito a Deus, mas achamos que o irmão é um obstáculo que perturba. É a terceira tentação.

Depois de ter vencido todas as tentações, Jesus voltou do deserto, resplandecente de Luz e anunciou o Reino de Deus. Também nós, se vencermos todas as tentações, seremos instrumentos do seu amor e testemunhas do seu Reino.

P. Mário

   

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